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Auguste de Saint-Hilaire e o batismo da nomenclatura científica para a erva-mate
Por Rádio do Mate
Publicado em 26/08/2025 09:12
Erva-Mate

A figura marcante de Auguste de Saint-Hilaire, um botânico francês, para o mundo da erva-mate, consolidou-se na história e permanecerá eternamente.

Entre os seus feitos está a identificação e classificação da erva-mate, denominando-a de Ilex paraguariensis. Quando de suas viagens pelo território brasileiro entre 1816 e 1822, com reflexos também de quando andou pelo Paraguai, onde coletou amostras da planta enviando-as para o Museu de História Natural de Paris, onde o nome científico foi divulgado em 1822. Apesar da sua relação com o Paraguai, ele considerou a erva-mate brasileira igual à paraguaia.

A pesquisa de Saint-Hilaire sobre a erva-mate foi fundamental para sua divulgação e reconhecimento científico, especialmente no Rio Grande do Sul, onde o chimarrão é um costume enraizado. Ele observou o uso generalizado da bebida, notando que era consumida ao longo do dia e que a qualidade da erva-mate permitia múltiplas infusões.

Além de sua contribuição científica, Saint-Hilaire registrou observações sobre a paisagem, fauna, flora e costumes do Rio Grande do Sul durante sua viagem, fornecendo um importante registro histórico da região no século XIX.

De toda a forma, Saint-Hilaire foi pioneiro na identificação e reconhecimento da erva-mate com o nome científico de Ilex paraguariensis.

Em sua obra "Viagem ao Rio Grande do Sul", descreve com naturalidade e rara percepção a geografia, a botânica, as misturas étnicas, a alimentação, as habitações, o modo de vida os costumes e as relações comunitárias de um tempo que marcou a formação do estado e a têmpera dos gaúchos.

Descreveu em suas observações a proximidade do homem sulino, do cavalo, do churrasco e do chimarrão. Um quarteto perfeito capaz de forjar um jeito de ser, inseparáveis e dependentes um do outro. O meio constitui o homem e o homem é produto do meio.

Imensurável a sua contribuição à erva-mate. Uma árvore que mais tarde, tempo secular (1980) viria se tornar símbolo do Rio Grande do Sul, depois (2003) o chimarrão muito destacado em seus escritos tornar-se-ia bebida símbolo dos gaúchos e bem recente (2023) a erva-mate estaria se consagrando definitivamente como primeiro patrimônio cultural imaterial do Estado do Rio Grande do Sul.

Imaginaria ele, Auguste de Saint-Hilaire, que ao descrever a erva-mate estaria diante de uma espécie botânica, bem mais que unicamente uma árvore. O símbolo e a identidade de um povo?

 

Artigo publicado na Revista Perfil, por Ilvandro Barreto de Melo (Emater/RS-Ascar/Coordenador da Câmara Setorial da Erva-mate/RS). Edição 125. Ano15. Agosto de 2025.

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